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sábado, 28 de março de 2009

Dias de Campo Belo nasce em tijolo por tijolo - Valmir Santos

É das muitas peças do Fringe que passam quase despercebidas, por isso voltamos a ela, ainda não registrada aqui. Trata-se de Dias de Campo Belo, que o Grupo O Pequeno Teatro de Torneado, de São Paulo, anuncia como um apontamento em processo, um espetáculo que virá a sê-lo. Já possui lastro para isso.


Foto: Diego Pisante/Clix

A dramaturgia em colaboração de William Costa Lima, também diretor e ator/criador em cena com Vitor Belíssimo, percorre as estações da amizade entre dois homens. Da infância à vida adulta, eles dividem aproximações intensas e distanciamentos geográficos e temporais que, ao contrário, os tornam mais íntimos a cada novo reencontro.

O tema dos desejos velados lembra o filme O Segredo de Brokeback Mountain, de Ang Lee. Mas aqui o amor não é levado às últimas consequências. A dramaturgia só se resolve na cena, com a tradução espacial das tensões desenvolvidas por essa amizade.

Essa tensão é representada pela operação de luz feita pelos atores em cena, entre fios, lâmpadas, soquetes, tijolos e sombras a simbolizar ligações e interruptores na memória que nutre as duas figuras contidas no ciclo moleque/homen/marido/pai.

Sob supervisão de Luiz Fernando Marques, do Grupo XIX de Teatro, Dias de Campo Belo é nossa primeira janela de contato com a pesquisa coletiva de O Pequeno Teatro de Torneado, que também trouxe Refugo, ao qual não assistimos. Vale ficar de olho nesses artistas. Mais detalhes em http://www.torneado.blogspot.com/.

Um comentário:

  1. Este foi o grupo que deliberadamente pintou a parede do teatro de branco. Não haviam trazido a rotunda de São Paulo. Não só isso. Na parede estava pintado o painel que fazia parte do cenário de meu espetáculo Otelo. Tivemos que refazê-lo.
    Pasme você Valmir Santos! Argumentaram que pediram à produção do Festival um teatro com "paredes brancas" no lugar de "caixa preta". Esta poderia até ir para a sessão garalhufas da Lenise Pinheiro. Mas estes mereceram a presença de vocês. Tantos jornalistas e tão poucas críticas. Podemos fazer uma conta? 10 dias de festival. Por que os jornalistas sempre assistem aos espetáculos juntos. Por que não se arriscam mais? Não diversificam? Se cada um assistisse a trabalhos diferentes talvez algo melhor viesse à tona. Será este o medo? Eu gostaria muito de comentar o post "PENSATA", mas como não nos deram esta opção... Protesto aqui mesmo. Por que se importar tanto com o fringe? Já ouvi de vocês mesmos: estamos aqui para cobrir a mostra. O fringe é consequência. Qual é então o problema com o espaço democrático? Com a livre escolha? Alguém arrasta as pessoas para o teatro? Fringe do bem e do mal? Lixo? O teatro de pesquisa depende do comercial assim como o cinema de arte depende do blockbuster. Quem subestima a capacidade da platéia afinal? As cias ou vocês? Ou você acha que o público não é igualmente preconceituoso ao ler os títulos dos espetáculos? "Sinal de vai tomar no cu" pode? Por quê? É pesquisa? Ah tá!!! Será que igualmente não foi um título dado com o objetivo de atingir mais público? Quem depende da bilheteria pensa assim. O teatro além da função humanistica vive do ingresso também. Ou não? É uma atividade econômica como tantas outras. Ou não? Meu espetáculo com texto do cultuado Alexandre França, não teve mais público por que o autor não quis um título mais "digerível". Respeitei-o. Fiz um lindo trabalho que nem sequer teve atenção merecida. Mesmo com toda a visibilidade repentina dada por vocês à Alexandre França. Se está faltando paciência para a imprensa por que não tomam a coragem de criticar aquilo que realmente está errado? Por que não tomam a coragem de fazer como Sérgio Sálvia e dar o fora? Se é tudo tão ruim ou mediano, morno, etc, por que insistem há mais de 6 anos com o mesmo discurso? Já ouvi de um colega de vocês que isto aqui são "férias". Mas se realmente for isso. Por que não relaxam um pouco? Vão curtir o que lhes agrada!!! Certa vez um renomado diretor local muito querido por vocês que me disse: ESSE POVO LEVA TEATRO MUITO A SÉRIO...

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