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terça-feira, 24 de março de 2009

Ménage não é o que você imagina

Foto de Lenise Pinheiro















Os atores Domingas Person e Ivo Müller, falam sobre o espetáculo Ménage, que apresentam no Festival, dias 28 e 29, no Sesc da Esquina. A dupla também produz Cartas do Poeta, que se apresenta no Fringe, de 26 a 29, no Teatro José Maria Santos.

O que significa Ménage?
Domingas
- Ménage, do francês, é "o conjunto das tarefas rotineiras de um casal relacionados ao lar". O total oposto de "ménage a trois", que muita gente vai lembrar... aí aproveitamos para brincar com isto, já que são 3 casais em 3 textos!

Pelo que entendi, os autores se inspiram no teatro do absurdo, certo? De quem foi a idéia do espetáculo?
Müller
- Não é uma idéia que perseguimos quando criamos a peça. Um crítico é que fez essa observação... Mas o Guilherme Solari, autor de "Fogo" gosta de transitar no território do absurdo.
Domingas - A idéia foi minha e do Müller, queríamos falar sobre relacionamentos nos dias de hoje. Aí juntamos os textos e pensamos: "vamos ver no que isso vai dar!"

Como essas pessoas se juntaram, já eram amigos? Conte um pouco como tudo começou.
Müller
- Nos conhecemos no CPT e, na época, estávamos pesquisando textos para dois atores. Lemos muita coisa e deixamos o "Rex", do Joe Pintauro e "Sure Thing" do David Ives na gaveta. Mais tarde traduzimos e adaptamos esses textos. Faltava um terceiro, para completar a idéia. Chamamos o Solari, que estava escrevendo um "Manual de Anti-Ajuda", que tinha um tipo de humor que precisávamos para a cena.
Domingas - Aí convidamos a Marina, que é minha irmã. É a estréia dela no teatro, assim como a peça é a nossa primeira experiência como produtores teatrais.

A peça discute o relacionamento amoroso ou vamos falar sobre tempestades em copos de areia?
Domingas - Mesmo rindo durante a peça, sabemos que as pessoas refletem sobre os retratos que apresentamos, sempre tem uma ou outra identicação com alguns dos personagens.
Müller - Toda questão que envolve o relacionamento amoroso é profunda e complexa.

O espetáculo é dividido em três episódios. Cada um independe do outro ou são sobre a mesma história?
Müller
- Deixamos a platéia responder a essa pergunta...

São dois atores no elenco, cada um interpreta um ou mais personagens?
Domingas
- Cada ator faz três personagens, mas também pode valer o que o Müller respondeu acima...

Vocês, autores, diretora e atores, são um grupo ou só estão juntos nesta montagem?
Domingas
- Müller e eu estamos produzindo nosso segundo trabalho, que vamos mostrar no Fringe. Somos uma dupla cercada de parceiros, pessoas competentes ao nosso redor! A Marina gostou muito da experiência no teatro e agora está produzindo o seu primeiro longa-metragem de ficção.

Vocês também têm uma peça no Fringe. Fale um pouco sobre ela.
Müller
- Vamos apresentar "Cartas do Poeta", um processo de criação, baseado em textos do poeta Rainer Maria Rilke. Eu e o diretor Eric Lenate estudamos a obra desse autor já há bastante tempo. Rilke é um dos poetas mais lidos no mundo e deveria ser mais conhecido no Brasil. As "Cartas a um Jovem Poeta" completaram cem anos no ano passado - e tratam de questões importantes, numa época em que todos estão sempre "conectados"!

Qual a expectativa com relação às apresentações no Festival de Curitiba, tanto na mostra oficial como no Fringe.
Domingas - Estamos muito felizes de mostrar o "Ménage", nossa primeira criação, que foi super bem nas apresentações que fizemos em São Paulo. Estar no meio de tantos espetáculos e grupos bacanas é uma grande oportunidade! Esperamos que o público do Festival compareça e se divirta bastante! Quanto ao "Cartas", vamos descobrir como fica a obra de Rilke no palco. O Fringe é o espaço ideal para isso.