Gilberto Gawronski, diretor de Medida por Medida, que se apresenta dias 27 e 28 no Guairão, também falou com o Blog do Festival.
Por que Shakespeare?
Porque Shakespeare é sempre essencial. É o autor teatral que inventou o humano.
E entre as mais de 30 peças dele, por que essa?
Porque esta comédia de Shakespeare fala de um assunto que sempre permeia as obras que escolho para montar: comportamento sexual e o uso do poder.
Quantas vezes já esteve no Festival de Curitiba? E com quais trabalhos?
Já estive muitas vezes, mas tenho como momento inesquecível na minha vida artística as apresentações de "A Dama da Noite", de Caio Fernando Abreu que fiz no Teatro Paiol. Ano passado fiz a direção teatral do espetáculo de dança "Cruel" para a compania Deborah Colker, e com este estive pela primeira vez no Teatro Guaira, que também recordo com muita emoção.
O espetáculo segue o texto original ou foram feitos cortes e ou adaptações?
Foram feitos cortes no texto original para ajudar a comunicação com o público contemporâneo, que tem uma rapidez de percepção muito mais aguçada. Porém o texto na tradução de Barbara Heliodora se manteve preservado.
Entre a Mostra Oficial e o Fringe, há pelo menos mais meia dúzia de textos
de Shakespeare sendo encenados este ano. O que acha que disso?
Acho um renascimento para as artes quase como foi na época de Shakespeare. O ser humano querendo se repensar a partir da arte teatral.
Por que entre tantos autores clássicos, você imagina que Shakespeare
continue sendo o mais montado?
Pela amplitude da sua obra e a sabedoria de Shakespeare em escrever textos ao mesmo tempo cômicos, dramáticos, trágicos e poéticos. Textos que são entendidos por pessoas com todo o tipo de informação, tanto cultutral, quanto econômico. Shakespeare é um autor popular.
Você gosta de pensar em paralelos com a realidade atual ou prefere deixar as
coisas no âmbito da ficção?
Sou um homem do século XXI, que teve sua formação educacional no final do século XX. Carrego em mim, portanto, dois séculos. Sou pré e pós em quase tudo. Da era do computador, da revolução sexual, da emancipação feminina, do advento da AIDS; impossível deixar essas coisas fora do meu trabalho.
Do que mais gosta nesta história?
O que mais gosto nessa história é esse lugar onde o humano é colocado, submetido a uma religião, já que pelo fato de ser humano, peca. E o fato de estar submetido também a uma lei, já que é próprio do ser humano infringí-la. Se assim não o fosse, seríamos santos e heróis, e não o que somos, humanos.
Além de dirigir, você também interpreta um personagem. Qual? Como
sente na pele dele?
Faço um personagem que aparece numa única cena, o Bernardino. Além de uma figura inspirada em Shakespeare, que emoldura todo o espetáculo. O fato de estar em cena só me deixa mais próximo e igual aos meus outros colegas atores que dividem o palco comigo e também me aproxima mais do público.
Por que Shakespeare?
Porque Shakespeare é sempre essencial. É o autor teatral que inventou o humano.
E entre as mais de 30 peças dele, por que essa?
Porque esta comédia de Shakespeare fala de um assunto que sempre permeia as obras que escolho para montar: comportamento sexual e o uso do poder.
Quantas vezes já esteve no Festival de Curitiba? E com quais trabalhos?
Já estive muitas vezes, mas tenho como momento inesquecível na minha vida artística as apresentações de "A Dama da Noite", de Caio Fernando Abreu que fiz no Teatro Paiol. Ano passado fiz a direção teatral do espetáculo de dança "Cruel" para a compania Deborah Colker, e com este estive pela primeira vez no Teatro Guaira, que também recordo com muita emoção.
O espetáculo segue o texto original ou foram feitos cortes e ou adaptações?
Foram feitos cortes no texto original para ajudar a comunicação com o público contemporâneo, que tem uma rapidez de percepção muito mais aguçada. Porém o texto na tradução de Barbara Heliodora se manteve preservado.
Entre a Mostra Oficial e o Fringe, há pelo menos mais meia dúzia de textos
de Shakespeare sendo encenados este ano. O que acha que disso?
Acho um renascimento para as artes quase como foi na época de Shakespeare. O ser humano querendo se repensar a partir da arte teatral.
Por que entre tantos autores clássicos, você imagina que Shakespeare
continue sendo o mais montado?
Pela amplitude da sua obra e a sabedoria de Shakespeare em escrever textos ao mesmo tempo cômicos, dramáticos, trágicos e poéticos. Textos que são entendidos por pessoas com todo o tipo de informação, tanto cultutral, quanto econômico. Shakespeare é um autor popular.
Você gosta de pensar em paralelos com a realidade atual ou prefere deixar as
coisas no âmbito da ficção?
Sou um homem do século XXI, que teve sua formação educacional no final do século XX. Carrego em mim, portanto, dois séculos. Sou pré e pós em quase tudo. Da era do computador, da revolução sexual, da emancipação feminina, do advento da AIDS; impossível deixar essas coisas fora do meu trabalho.
Do que mais gosta nesta história?
O que mais gosto nessa história é esse lugar onde o humano é colocado, submetido a uma religião, já que pelo fato de ser humano, peca. E o fato de estar submetido também a uma lei, já que é próprio do ser humano infringí-la. Se assim não o fosse, seríamos santos e heróis, e não o que somos, humanos.
Além de dirigir, você também interpreta um personagem. Qual? Como
sente na pele dele?
Faço um personagem que aparece numa única cena, o Bernardino. Além de uma figura inspirada em Shakespeare, que emoldura todo o espetáculo. O fato de estar em cena só me deixa mais próximo e igual aos meus outros colegas atores que dividem o palco comigo e também me aproxima mais do público.
Crédito: Paulo Severo