Este 27 de março é pontuado por manifestações de artistas em algumas cidades brasileiras em função do Dia Mundial do Teatro e do Dia Nacional do Circo. Em Curitiba, 13 companhias do Movimento de Teatro de Grupo, articulado desde 2006, ocupam um estande no Memorial, base do evento. Durante o Festival, até domingo, distribuem o jornal que acabam de editar e defendem políticas públicas locais voltadas aos coletivos. Até o momento, não haviam programado ato específico para a data. Em São Paulo, desde as 5h de hoje a sede regional da Fundação Nacional de Artes, a Funarte, é ocupada pelo autodenominado Movimento 27 de Março, “composto por trabalhadores da cultura de 55 grupos de teatro, com uma média 300 artistas”, segundo informam os organizadores.
Fotos: Ana Paula Sousa/Babel
A principal reivindicação é por um Fundo Nacional de Cultura que viabilize políticas para o setor com dinheiro público. A mobilização não aceita a pauta que vem sendo “imposta” pelo Ministério da Cultura (MinC), do qual a Funarte encabeça as artes cênicas.
Essa estratégia de ocupação lembra a de movimentos sociais como os sem teto e os sem terra. A ação deve se estender até as 14h nas instalações da Alameda Nothmann, 1.058, bairro de Campos Elíseos.
A Polícia Militar está no local. "Pressiona, não permite a entrada de comida e quer fichar os que tentam sair”, segundo os organizadores. A expectativa é que autoridades como o presidente da Funarte, o ator Sérgio Mamberti, conversem com representantes do movimento. A jornalista Ana Paula Sousa faz a cobertura in loco com imagens e textos no seu blog Babel (http://anapaulasousa.blog.terra.com.br/).
O Movimento 27 de Março divulga carta aberta ao MinC em que afirma, nos dois primeiros parágrafos: "Hoje, no Dia Mundial do Teatro, nós, trabalhadores de grupos teatrais de São Paulo organizados no Movimento 27 de Março, somos obrigados a ocupar as dependências da Funarte na cidade. A atitude extrema é provocada pelo falso diálogo proposto pelo governo federal, que teima em nos usar num debate de mão única. Cobramos, ao contrário, o diálogo honesto e democrático que nos tem sido negado. O governo impõe um único programa: a transferência de recursos públicos para o marketing privado, o que não contempla a cultura mas grandes empresas que não fazem cultura. E se recusa, sistematicamente, a discutir qualquer outra alternativa".
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