Durante 17 dias uma grande equipe, formada por 15 fotógrafos, foi responsável por registrar os espetáculos e atividades do Festival.
Dentre nossas atribuições estavam a fotografia dos espetáculos, eventos paralelos, ações promocionais, atores, convidados e tudo aquilo que tivesse que ser registrado, tanto para o arquivo do Festival, como para a imprensa especializada, que utilizou as imagens geradas em publicações por todo o mundo.
Somando-se peças e outros assuntos, tivemos mais de 350 pautas fotográficas a serem cobertas. Infelizmente, foi impossível cobrir tudo, por causa dos mais variados motivos: o grande número de peças, dificuldade de locomoção entre os locais e até falta de equipe em um determinado horário, uma vez que a maioria das peças estava concentrada nos horários das 18 e 21h.
Mas fizemos tudo o que pudemos. Do montante que nos foi pautado, conseguimos cobrir 95% dos nossos agendamentos. Esta é a maior marca de todos os tempos, superando nosso recorde do ano anterior, que era de 85%.
Infelizmente, também, nem todas as fotos puderam ir para o site. A quantidade de imagens é muito grande. Durante os 12 dias de espetáculos, nossos 15 fotógrafos fizeram em torno de 30.000 fotos.
Fotografar teatro não é algo fácil. Requer conhecimento técnico e sensibilidade para registrar o instante certo. As dificuldades começam já na hora em que se chega ao local: muitas vezes, os produtores dos espetáculos são resistentes a deixar a peça ser fotografada, principalmente para evitar que o ruído da câmera ou a movimentação do fotógrafo atrapalhe o ator ou o público.
Realmente é desagradável o clique-clique num momento de extremo silêncio de um monólogo. A postura de nossa equipe é justamente de fazer fotos quando houver algum barulho ou quando o ator falar mais alto.
A luz também é outra dificuldade. Alguns locais tinham pouca iluminação, até pela proposta da montagem, com luzes que ficavam diretamente sobre os atores, criando grandes sombras nos olhos e pescoço. Outros eram iluminados apenas por velas.
Com isso, nossas câmeras nos davam leituras de luz completamente estranhas, o que nos obrigava a pensar rapidamente e ajustar a regulagem do equipamento para cada situação. Acreditem: em termos de fotografia, isto é complicado, chegando a ser um pesadelo, principalmente porque não podemos perder os instantes certos para clicar.
Terminada nossa pauta diária, voltávamos para o Memorial de Curitiba, onde fazíamos nosso trabalho de descarregar, ajustar e enviar as fotos para o site oficial.
Em virtude de um grande tráfico de internet, algumas fotos acabavam demorando um pouco mais para entrarem no site, mas conseguimos colocar tudo em dia antes do término do Festival.
Durante o período do Festival, a área de fotografias recebia uma média de 6000 cliques diários.
Pedimos a nossos fotógrafos que escolhessem uma imagem que fizeram no Festival para colocar neste post, contando o porque esta imagem é importante, em termos de técnica fotográfica. As imagens não são necessariamente do espetáculo que eles tenham mais gostado, porém trazem a essência daquele momento. Ou seja, é uma seleção de fotos, não de espetáculos, que fique bem claro.
Foto: Daniel Sorrentino
Um momento complicado: os atores interagem com uma projeção em tela.
Foto: Cris Seciuk
Um detalhe que passa desapercebido, a iluminação é diferente nas duas pessoas.
Foto: Ernesto Vasconcelos
Aproveitamento do instante certo de luz. A atriz na parte de trás da foto deixa de fazer parte, somente naquele instante na peça, porém ainda está lá, para logo voltar.
Foto: Lina Sumizono
Em espaços abertos, tudo entra no cenário. Um exemplo de como isolar o assunto do caos.
Foto: Bia Barcelo
Assuntos de muita luz, em cenário escuro.
Foto: Daniel Isolani
Usando a luz como parte do cenário e criando o clima ideal da imagem.
Foto: Diego Pisante
Espaços pequenos, inusitados e que servem para contar a história.
Foto: Emi Hoshi
Momentos de forte emoção e tensão tem que ser registrados.
Foto: Henrique Araújo
A geometria do cenário não pode ficar de fora. Nem sempre se deve fazer fotos fechadas somente nos atores.
Foto: Bruno Tetto
O momento passa a ser dramático com as expressões e a luz.
Foto: Rafael Burgos
Ainda é possível registrar a cena quase sem luz e sem perder o clima.
Foto: Camila Ferraz
Movimento em detalhes.
Foto: Kelly Knevels
Sentimentos, cores e angústia, registrados de perto.
Foto: Juliana Hilal
Espaço para ação acontecer. Mesmo em locais pequenos, a sensação pode ser de amplitude.
Foto: Rogério Nunes
Ritmo fotográfico: a imagem apresenta uma forma de ser "lida", seguindo uma linha-guia imaginária.
Foto: Daniel Tortora
Partes separadas de um todo, que se unem em uma única imagem
Aos amigos - Autor(Nelson de Sá)
Há 12 anos